(Arquivo NB)
No
dicionário Houaiss, Araxá significa local
mais alto de uma região, terreno plano e elevado; planalto,
alto chapadão. Araxás também eram os
indígenas que viviam no tabuleiro elevado do extremo oeste
de Minas Gerais. A partir deles, construiu-se esse município
mineiro, localizado entre duas bacias hidrográficas: a
do Rio Grande e a do Rio Paranaíba. Esta é Araxá,
que, em tupi-guarani, significa lugar onde primeiro se avista
o sol
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GESTO - Em Araxá, Cristo também abre os braços
para saudar a cidade
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O
relevo do município de 80 mil habitantes tem cerrado e
serras. A vegetação é deslumbrante, com campos
de pastagem e pequenas matas nativas. No município, há
piscinas naturais, cachoeiras e quedas d água cercadas
de matas ciliares preservadas para a manutenção
do ecossistema. A água sulfurosa e salgada do local foi
um fator diferencial para a pequena Araxá. Na época
dos colonizadores, ela facilitava a engorda do gado. Séculos
mais tarde, teria curado Getúlio Vargas de uma gastrite.
Personagens
importantes fazem parte da história desse município
desde o início tão disputado por índios,
negros e colonos. Dentre elas, a escrava Filomena, que, de acordo
com a tradição popular, acometida pela varíola,
foi enterrada viva para não transmitir a doença
entre sua gente. Outra é Ana Jacintha de São José,
ou Dona Beja, uma mulher que escandalizou a sociedade araxaense,
no século XIX, por transgredir os padrões de comportamento
da época. Cortesã luxuosa, vivia cercada de escravos.
Era uma negociante poderosa e respeitada na cidade. Diziam que
um dos costumes de Dona Beja era banhar-se numa fonte próxima
a Araxá cujas águas seriam o segredo de sua estonteante
beleza. O museu Dona Beja é uma das grandes atrações
turísticas de Araxá. Localizado na região
central do município, foi transformado em museu em 1965,
por Assis Chateaubriand. O casarão onde viveu a bela cortesã
reúne, hoje, os poucos pertences que restaram dessa personagem
tão importante na história de Araxá e que
comprovam sua existência. Além disso, no acervo do
museu há objetos e móveis dos tempos da Colônia
e do Império, documentos históricos e salas especiais
que revelam diferentes momentos da história de Araxá.
Há
vários outros pontos que merecem ser visitados nesse município
mineiro. A Igreja de São Sebastião foi construída
em 1820. Trata-se de uma bela capela em estilo colonial, que abriga
um museu sacro, memória religiosa da cidade, com destaque
para as esculturas barrocas de Bento Antônio da Boa Morte.
No Museu Calmon Barreto, é possível ver diversos
trabalhos, entre desenhos, telas e esculturas, desse artista versátil
nascido em Araxá e que dirigiu a Escola de Belas Artes
do Rio de Janeiro.
Nas
Termas de Araxá, interligada ao Tropical Grande Hotel,
a arquitetura é grandiosa. Nas paredes do hall, afrescos
contam a história da colonização do município.
No segundo piso, a história dos banhos através dos
tempos é contada. No acesso principal, há uma construção
em forma circular cujos vitrais descrevem as grandes conquistas
do Estado de Minas Gerais.
O setor
de artesanato da Fundação Cultural Calmon Barreto
trabalha peças com lã de carneiro, algodão,
juta, seda e sisal, atendendo com pronta entrega e sob encomenda.
Comercializa tapetes, mantas de lã, cortinas, jogos americanos,
toalhas, bolsas, chapéus, chinelos, etc.
A reinauguração
do aeroporto de Araxá facilitou o acesso para este município
cada vez mais visitado. Já há vôos regulares
para a cidade. Também se pode chegar a Araxá de
ônibus. Há rodovias que ligam Araxá a Belo
Horizonte, Vitória (ES) e Corumbá (MT) e à
divisa do Estado de São Paulo.
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